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Será verdade que a mineração é uma “atividade extrativista de safra única” como intensamente divulgado?



Publicado em: 27/07/2015 17:04:00

À medida que a crise da mineração mundial recrudesce, os nossos ouvidos são bombardeados por várias frases de efeito.

Na maioria das vezes, de tanto ouvirmos esses ” mantras virais” geralmente propalados por políticos, juristas, analistas e até por “especialistas” em mineração, acabamos acreditando sem contestar, em um clássico caso de fecundação pelo ouvido...

A frase que eu quero dissecar aqui de que “ a mineração é uma atividade extrativista de safra única”foi, aparentemente criada pelo Presidente Arthur Bernardes. Essa frase vem sendo repetida, ad nauseam, por milhares como um verdadeiro dogma de fé.

Será que o minério é, realmente, um bem não renovável e quando ele acaba não mais existirá um substituto, ficando somente a lembrança?

Preocupante não é?

Fique tranquilo. Esse conceito não passa de um terrorismo verbal sem nenhum fundamento científico-econômico. Trata-se de uma afirmativa absolutamente equivocada que, na realidade, vem sendo desmentida, a cada dia, ao longo da evolução do Homem.

Para entendermos o gigantesco erro desta frase temos que entender o conceito de minério: minério é um ou mais minerais que podem ser extraídos economicamente.

Quando falamos em minério falamos, sempre, em um conceito econômico.

Aquilo que hoje é considerado minério talvez fosse considerado “lixo” ou estéril há algumas décadas. Da mesma forma, muito do que é considerado estéril (que não pode ser lavrado economicamente) ou “lixo” pelos mineradores de hoje, poderá se tornar minério no futuro próximo.

O minério que estamos lavrando hoje é o que de melhor existe em termos de teores, métodos de extração, processamento e de custos operacionais, tudo dentro dos parâmetros atuais da economia e do conhecimento humano.

Se algum geólogo descobrir uma nova fonte de um determinado mineral, que possa ser lavrada a custos substancialmente mais baixos, aquilo que era considerado, até então, minério passa a ser rejeitado nas minas.

Em casos mais sérios as minas são fechadas por questões econômicas: é quando o minério vira estéril.

É o caso atual das centenas de minas de minério de ferro, fechadas em todo o mundo, especialmente na China, por questões de economicidade.

Já, do outro lado do espectro, assim que um determinado mineral começar a escassear os preços irão subir, graças a uma oferta menor. Os preços mais altos permitirão a lavra econômica de novos tipos de minério, desconsiderados até então.

O petróleo é um bom exemplo.

Antigamente só era econômico a extração de petróleo continental, raso, com custos operacionais baixíssimos, de poucos dólares por barril. À medida que o preço do barril subiu outros tipos de jazidas se tornaram, também, econômicas. É o caso do petróleo de águas profundas como o do pré-sal e aquele encontrado nas areias betuminosas do Canadá cujos custos operacionais ainda são muito elevados.

Este conceito se aplica, literalmente, à todos os tipos de minérios.

Quando os depósitos de minério de ferro de alto teor (>63% Fe) tipo Carajás forem totalmente lavrados os mineradores começarão a minerar aqueles de mais baixo teor. Será a vez dos 58% de ferro, que serão substituídos pelos de 40%, 30% etc...

O interessante é que os volumes de minérios de mais baixo teor são, sempre, maiores do que os de alto teor.

Ou seja: a medida que os minério de alto teor acabarem eles serão substituídos por volumes exponencialmente maiores de minérios de mais baixo teor.

A nova “safra” terá, sempre, uma tonelagem maior do que a anterior...

Isso mostra que a mineração na Terra terá uma longevidade imensa. Mesmo depois de vários séculos ou milênios de mineração, serão raríssimos os minerais que irão se exaurir sem que tenham um substituto economicamente viável.

E, até nestes casos, uma nova janela irá se abrir, a da mineração espacial, e novas “safras” irão se repetir...

asteróide mineral





Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo

  

 


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